Esta semana, o agregador de críticas de cinema e TV mais influente do planeta, conhecido como Rotten Tomatoes, esteve no meio de uma polêmica envolvendo a empresa de relações públicas Bunker 15. Em uma reportagem investigativa, o site da Vulture aponta que a empresa teria manipulado os índices de diversos filmes em que foi responsável pela publicidade – como Ophelia, uma produção independente de 2018 – comprando críticas positivas por uma bagatela de U$50 dólares cada.
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À época em que Ophelia foi lançado, com Daisy Ridley (Star Wars: Episódio IX) como sua protagonista, o filme debutou com 46% de aprovação por parte da crítica especializada. Como uma manobra para contornar a situação (visto que os números exibidos pela plataforma podem influenciar potenciais distribuidores), a Bunker 15 teria entrado em contato com críticos desconhecidos, porém profissionais, e oferecido “favores financeiros” em troca de resenhas que enaltecessem a produção.
O resultado não tardou a ficar evidente, com o longa baseado na obra de Shakespeare elevando seu índice para 62% até o ano seguinte, quando mais 8 críticas foram tabuladas (7 delas positivas). De acordo com os padrões classificatórios estabelecidos pela plataforma, o filme foi considerado um “tomate fresco”. Este salto em sua porcentagem levou a distribuidora IFC Films a comprar sua distribuição para todo o território dos EUA.
Ao ser procurada pela Vulture, a empresa Bunker 15 negou veementemente as acusações.
“[…] Há milhares de críticos na lista de distribuição. Uma minoria estabeleceu um sistema específico em que cineastas podem patrocinar ou pagar para que eles critiquem um filme“, declarou a empresa.
Consequentemente, o Rotten Tomatoes removeu uma lista com as produções que possuem distribuição da Bunker 15 de sua plataforma. Em um comunicado emitido oficialmente, o site disse que “levamos a integridade de nossas notas muito à sério e não toleramos nenhuma tentativa de manipulação”.