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Roteiro original de Hancock era mais sombrio e pesado que The Boys

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É difícil imaginar que Hancock originalmente não tenha sido pensado para ser um filme família. Apesar de seus inúmeros furos de roteiro descarados, que atire a primeira pedra quem nunca reassistiu ao título em reunião com a família. Agradeça, pois, isso não seria possível com a primeira versão do roteiro de Hancock, que é considerado mais sombrio e pesado do que a trama de The Boys.

Para começar, o protagonista, Hancock, era um alcóolatra sexualmente frustrado, e isso está evidenciado no título original “Tonight, He Came“. Na língua inglesa, o “Came” remete a ejaculação, portanto, em tradução livre, o roteiro insinuava chamar-se “Hoje a Noite, Ele Ejacula”, esclarecendo que toda a história gira em torno desse obstáculo de conseguir encontrar uma mulher que pudesse satisfazê-lo, já que ele poderia matar qualquer uma com seus dotes sobre-humanos. Está tudo bem até então, visto que esse elemento citado também encontra-se no filme lançado em 2008 (na versão  blu-ray, em uma cena onde ele quase mata acidentalmente uma mulher durante uma cena erótica).

O que você não sabe, entretanto, é que Hancock comete crimes e atrocidades tão nojentas quanto aquelas que vemos em The Boys, em especial as praticadas por Homelander.

Um exemplo prático é quando, lendo o roteiro (página 93), nos deparamos com uma cena onde uma menina pequena pede ajuda para Hancock tirar seu gato de uma árvore. Hancock, por um acaso, passava no local quando a ouviu, mas estava, como de costume, bêbado e trôpego. Ele realiza o desejo da pequena donzela, resgata o bichano e, ao pousar o animal no chão, pisoteia-o até a morte. Permita-me corrigir: Hancock estraçalha até as vísceras do pobre coitado saírem para fora, sem nenhum motivo sequer. Ah, o detalhe mais importante é que a criança observou tudo bem próxima do crime.

Mas isso é normal para ESSE Hancock, que em tudo é diferente da versão do cinema. Esse Hancock é viciado em drogas pesadas, em jogos de azar e em pornografia, e preserva uma preferência particular por garotas de programa. Além disso, como você mesmo pode observar acima, ele é um sujeito extremamente violento, que não possui nenhum resquício de moral ou ética em sua personalidade.

Na página 42 do roteiro escrito por Vy Vincent Ngo, Hancock induz Aaron, um garoto de apenas 8 anos, a fumar cigarros. Lembra da Mary, a mulher que possui os mesmos dotes que Hancock? Nosso protagonista desenvolve uma louca obsessão por Mary, que o rejeita, o que faz com que ele a sequestre para forçá-la a amá-lo. O rapto ocorre enquanto Aaron, filho de Mary, grita desesperadamente e tenta salvar a mãe de um verdadeiro criminoso. A S.W.A.T. é acionada para deter Hancock e salvar Mary, mas Hancock assassina dezenas de policiais, degolando a maioria deles, fazendo uma verdadeira chacina.

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Além disso, todo o corpo do texto do roteiro parece ter sido escrito enquanto o roteirista tinha múltiplos orgasmos. Por exemplo, as descrições de cenas comuns são quase sempre atenuadas para o lado erótico. Em um trecho, Vy Vincent descreve uma cena aparentemente normal de Aaron, de 8 anos, em uma dia de aula normal. Contudo, Vy parece ter tido um trabalho extra para descrever as curvas da Sra. Millis. Leia abaixo.

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Por que, então, o roteiro original de Hancock poderia ser considerado mais pesado que The Boys, uma vez que o Capitão Pátria também seja um vilão com feitos semelhantes? Lembre-se que o Capitão Pátria não é o protagonista da trama de sua série, e esse detalhe conta e muito nessa pesagem. O fato de Hancock ser o absoluto protagonista de sua história o torna vezes mais perturbador do que o Pátria. Enquanto em The Boys a diversão está em assistir os mocinhos derrotarem o Homelander, na versão original de Hancock, a “diversão” que o roteirista tentou trazer era a de não um personagem, mas um protagonista viciado em pornografia, bêbado, que perverte crianças, criminoso e altamente perigoso e com superpoderes fazendo o que bem entende.

A versão que culminou no filme estrelado por Will Smith só pôde ser realizada após muitos roteiristas e diretores irem e virem para com o projeto. No fim, Hancock, de 2008, arrecadou US$ 629,4 milhões em bilheteria com um orçamento de US$ 150 milhões.

Fonte: Jurandir Gouveia

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Escrito por Kelson Martins