A missão impossível de Tom Cruise ao enfrentar o fenômeno Barbenheimmer nos cinemas, em julho, não foi bem sucedida. Acontece que Missão Impossível 7: Acerto de Contas – Parte 1 já pode ser considerado como um dos títulos que menos arrecadou bilheteria dentre todos os demais da franquia. Neste momento, a arrecadação estaciona em amargos US$ 527 milhões ao redor do globo, com o valor estando acima apenas das obras de 1996 e 2006.
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Ninguém poderia antecipar o impacto do marketing orgânico que a dupla formada por Barbie e Oppenheimer geraria na internet. Parece mesmo que os “filmes opostos” estão cada vez mais próximos de se tornarem um dos maiores eventos cinematográficos da década – quiçá do século. Entretanto, alguém nesse cálculo precisava arcar com as consequências.
Missão Impossível 7, da Paramount Pictures, está finalizando sua temporada com uma arrecadação muito abaixo do que estimava o estúdio. Um filme que reúne, além de Cruise, mega-astros de Hollywood como Vanessa Kirby, Hayley Atwel e Simon Pegg, não poderia ser realizado sem que diversos cofres fossem abertos. E assim foi feito, já que o custo de produção para o filme foi de US$ 291 milhões, somados ainda aos gastos de marketing de cerca de US$ 100 milhões. Na ponta do lápis, MI7 precisaria atingir no mínimo US$ 600 milhões para conseguir evitar um prejuízo ainda maior. Mas, novamente, o filme perdeu fôlego na casa dos US$ 527 milhões, e um dos grandes culpados é o efeito Barbenheimer.
Mas por quê? Missão Impossível 7 chegou aos cinemas apenas 1 semana antes de Barbie e Oppenheimer, que estrearam em paralelo em 20 de julho, o que resultou em uma estreia forte, mas um segundo fim de semana catastrófico para Cruise e companhia. A queda de 65% de uma semana para outra representa a pior da franquia, disparado. E isso se deve principalmente ao fato de a Paramount ter batido o pé e decidido lançar o filme no mesmo período do Barbenheimer. Entretanto, novamente ressaltando, era impossível alguém prever o que essa dupla explosiva se tornaria e como cada um impulsionaria o outro de maneira automatizada. É bem verdade que haviam memes sobre pessoas que lotariam as redes de cinemas, e que fã-clubes inesperados começaram a pipocar nas redes sociais. Mas nada disso era um indicativo do que estava por vir. Por isso, a Paramount acreditava ser possível seguir em frente e, quem sabe, enfrentar apenas um bilheteria um pouco abaixo do que era esperado. Mas o completo oposto ocorreu, e agora o prejuízo que o filme trouxe está batendo na casa dos US$ 100 milhões.
Além disso tudo, o fato de Missão Impossível 7 inicialmente ter sua exibição realizada em diversas telas IMAX também foi prejudicada em razão do Barbenheimer, uma vez que a produção de Tom Cruise perdeu muitas das telas para Oppenheimer logo na semana seguinte a sua estreia.
Sabe-se que a IMAX tentou uma negociação entre cavalheiros para que ambas as produções pudessem usufruir de suas telas, sem que houvesse uma disputa pelas mesmas. A proposta consistia em Missão Impossível 7 reagendar sua estreia mais para o futuro, mas, àquela altura, o filme já havia sido adiado diversas vezes, e uma vez mais poderia ser prejudicial ao seu marketing. Essa história termina com a IMAX pendendo para o lado de Oppenheimer, sob a justificava de que “Nolan tem um lugar especial no coração da IMAX, porque ele usa nossas câmeras e nos promove”. Então, como se já não fosse o suficiente, Missão Impossível perdeu ainda mais espaço nas salas de cinema.
Muitos fatores colaboraram para que Missão Impossível 7 não desempenhasse tão bem como aguardavam. A situação se torna ainda mais dramática se considerarmos que as projeções da Paramount esperavam obter a melhor bilheteria de toda a franquia, o que pode significar que grande parte do lucro seria injetado na pré-produção da sequência.
Dada a situação, Tom Cruise tem uma nova missão pela frente. Conseguir, com Missão: Impossível 8 – Acerto de Contas Parte Dois, encher novamente os cofres da Paramount.