O roteirista Akiva Goldsman revelou em uma entrevista ao Deadline, em fevereiro de 2023, que a aguardada sequência de Eu Sou a Lenda se passará “algumas décadas depois do primeiro” filme, situando-se em um cenário onde a natureza retoma o controle do mundo.
A grande novidade, porém, é a promessa de que Eu Sou a Lenda 2 será mais fiel ao romance de 1954 de Richard Matheson. Goldsman confirmou que a nova sequência retornará às raízes do livro e ao final alternativo, contrastando com o desfecho apresentado no filme original de 2007. “O que Matheson estava falando era que o tempo do homem no planeta como espécie dominante havia chegado ao fim. Isso é algo realmente interessante que iremos explorar,” disse Goldsman.
Para os fãs do livro, essa notícia é particularmente emocionante, pois o primeiro filme, estrelado por Will Smith, divergiu significativamente do material original de Matheson. Enquanto o filme de 2007 focou na luta solitária do protagonista contra criaturas mutantes, o livro explora de maneira mais profunda os temas de isolamento e a redefinição do que significa ser humano em um mundo dominado por seres que outrora eram humanos.
O filme de 2007 toma várias liberdades criativas em relação ao livro de Richard Matheson. No filme, Robert Neville, interpretado por Will Smith, é um cientista que acredita ser o último humano sobrevivente em uma Nova York devastada por um vírus que transformou a maior parte da população em criaturas noturnas e violentas. A narrativa cinematográfica foca intensamente na luta de Neville para encontrar uma cura, culminando em um sacrifício heróico que difere substancialmente do final do livro. Já no romance, Neville é um homem comum, não um cientista, cuja sobrevivência e sanidade são constantemente testadas enquanto ele enfrenta os “vampiros” que dominam o mundo.
Outra diferença crucial está no conceito de “lenda”. No filme, o título se refere ao legado heroico de Neville, que (no final apresentado nos cinemas e não no final alternativo) se sacrifica para salvar a humanidade com sua descoberta. No livro, porém, a lenda é mais sombria e ambígua. Neville se torna uma figura de terror para os vampiros sobreviventes, uma “lenda” para a nova sociedade emergente que o vê como uma ameaça. O final do livro revela que Neville, na verdade, é visto como o monstro pelos novos habitantes do mundo, desafiando a percepção de herói construída ao longo da história. Essa inversão de papéis sublinha temas profundos de relatividade moral e a natureza do medo, aspectos que a nova sequência promete explorar com maior fidelidade ao material original.
Com essa nova abordagem, Goldsman promete uma experiência mais fiel e enriquecedora, capturando a essência filosófica e sombria que fez do livro de Matheson um clássico do gênero pós-apocalíptico. “Haverá um pouco mais de fidelidade ao texto original,” concluiu Goldsman, deixando os fãs ansiosos para ver como essas ideias serão traduzidas para a tela.